Nesta edição João Teodoro da Silva, Presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis - COFECI, nos fala sobre o novo perfil do Corretor de Imóveis no Mercado Imobiliário, em entrevista realizada no Encontro de Corretores de Niterói e São Gonçalo, no qual palestrou sobre o tema "O Conselho de Fiscalização como Fator de Estabilidade Social".

Base News - Ultimamente, têm acontecido com uma freqüência muito mais significativa no mercado imobiliário, congressos, palestras e eventos em função da valorização do corretor de imóveis. Como o sr vê a importância dessas iniciativas?
João Teodoro da Silva - O COFECI tem se preocupado bastante com essa questão da valorização do profissional de corretagem de imóveis, mesmo porque a profissão está organizada e regulamentada desde 1962. E, nesses 42 anos, o COFECI vem trabalhando para que a sociedade reconheça a importância e a qualificação do corretor de imóveis.
Ainda é um processo trabalhoso, pois não só a própria classe às vezes tem dificuldade de ter acesso as informações, mas também porque a sociedade também não está preocupada em ficar verificando se o cidadão é ou não corretor de imóveis ou se está preparado ou não para uma intermediação imobiliária. Por todos esses motivos nós estamos preocupados em divulgar o novo perfil do corretor de imóveis com as suas qualificações, que hoje já não é mais aquele profissional que existia em 1962.

  
Base News - Como é perfil do corretor de imóveis de hoje?
João Teodoro da Silva - Hoje, os negócios imobiliários são mais complexos e têm nuances muito peculiares. O corretor é um cidadão preparado tecnicamente que realiza um trabalho de qualidade e já tem curso superior, embora a lei ainda não exija. Há mais de 60 universidades instaladas pelo Brasil oferecendo este curso superior. A própria Lei 6530, já tem um projeto tramitando no congresso, criando a figura do profissional de nível superior na área de intermediação imobiliária.

Base News - Qual é o papel do COFECI nesta campanha de divulgação do corretor?
João Teodoro da Silva - O COFECI e o CRECI são as entidades fiscalizadoras da profissão. O COFECI, que é a entidade maior, possui hoje 24 Conselhos Regionais instalados no Brasil, nas capitais dos estados e mais três já criados, porém não instalados, de modo que será um conselho em cada capital brasileira. Nós temos também mais de 1.100 Delegacias instaladas em todo o País. E a nossa preocupação está em fazer com que os Conselhos Regionais estejam fiscalizando com rigor o exercício da profissão, para que na medida em que colocamos o profissional no mercado, credenciando-o através de sua inscrição no Conselho Regional, tenhamos a certeza de que ele está realmente preparado para exercitar com competência a sua profissão.Por isso, nós criamos recentemente o Exame de Proficiência.
Não basta o cidadão passar por um curso de Técnicas de Transações Imobiliárias para ter o seu diploma ou ter um diploma de curso superior na área de Transações Imobiliárias. Ele precisa também se submeter a um exame de conhecimentos profissionais para depois seguir na profissão. Então, o Conselho Federal tem um papel fundamental, pois ele fiscaliza a competência do profissional que está sendo colocado no mercado de trabalho.

Base News - Diante de tantos conhecimentos que o corretor de imóveis tem que adquirir, para se tornar um profissional preparado, como se caracteriza o conhecimento na área tecnológica?
João Teodoro da Silva - Atualmente, a tecnologia já se tornou uma ferramenta do dia-a-dia. Nós já estamos conscientes que a utilização do computador veio para ficar e em função da velocidade dos avanços tecnológicos, até uma pessoa de uma residência humilde possui um computador, ou pelo menos e-mail e pode acessá-lo de qualquer lugar. Então, há uma interação muito grande hoje, desse processamento tecnológico com a formação das profissões de um modo geral. E os corretores de imóveis não estão fora deste contexto. Atualmente, nós já negociamos com os países do Mercosul, mas também já temos negociado com os Estados Unidos, Canadá e com alguns países da Europa, ou seja, há uma interação muito grande no mercado imobiliário, assim como também já existe no mercado financeiro, por exemplo. Por isso nós estamos preocupados em introduzir uma comunicabilidade maior com os corretores de imóveis e com a sociedade através da tecnologia.

Base News - Existe algum projeto do COFECI em função desta campanha?
João Teodoro da Silva - O Conselho Federal, no meio do ano estará processando um grande centro da categoria profissional dos corretores de imóveis, que já está sendo feito no Conselho Federal, onde nós pretendemos fazer um cadastro unificado e aglutinar nele todos os endereços eletrônicos de todos os corretores de imóveis do Brasil para tornar a comunicação mais ampla e mais rápida. Se hoje nós nos comunicamos com todos os corretores do Brasil de dois em dois meses com um jornal impresso, poderíamos fazê-lo semanalmente com um jornal eletrônico, por exemplo, fazendo com que esta interação fique impregnada entre nós.